terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Sometimes, always...


Às vezes me sinto presa ao tempo.
Tendo necessidade de colocar tudo num recipiente
Pensando em medir cada sensação, cada pensamento.
Perco-me nas horas que não são minhas.
E perco as horas que seriam minhas
Se não fosse o medo de vivê-las.


Quando as angústias me perseguem fujo
Para algum lugar bonito...
Mas as matizes logo se tornam cinzas...
Sem permissão, sem anúncio.
E ressecam minha alma...


Paredes invisíveis me cercam
E minha pele borbulha em pensar
Que um dia serei só eu...
Que um dia serei só...
Que hoje estou só... em meio a tantos...
tantos iguais...


Às vezes penso em me mudar
Em mudar de estação
Às vezes sinto como se não estivesse em parte alguma
Senão dentro de mim.
Afogada na imensidão da ausência.


Às vezes sinto o mundo girar ao contrário
Deixando-me tonta
Meu todo é todo fraco, todo frágil...
Não me deixa tentar...


E me agarro a uma vontade tola
E tola sou ao me agarrar...
E tola sou quando ninguém mais o é
No meio de muitos...
Sem muitos, sem poucos, sem nenhum.
Nesse mundo de presenças ausentes.
De sonhos sóbrios demais...



(15.04.2006)

[Por mim mesma, K.]

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